Carreira paralela, em rede ou em Y são alguns dos novos processos de desenvolvimento dos profissionais que serão vistos pelas empresas por conta dos diferentes perfis de colaboradores. Parte deles, ganham evidência diante de movimentos, vontades e interesses que aparecem junto com novas gerações e impactam as organizações. 

Uma pesquisa do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), divulgada ano passado, apontou que a média de permanência de uma pessoa no mesmo emprego foi de 2 anos em 2023, o que demonstra como o comportamento já tem ganhado espaço. Em profissionais da faixa etária entre 18 e 24 anos, esse tempo é ainda menor, cerca de 9 meses, de acordo com o estudo.

“É comum pessoas, de gerações anteriores a Z, ficarem muitos anos em uma empresa para manter a reputação e também pela cultura de mercado. É um processo linear. Hoje em dia, vemos novos trabalhadores que não se incomodam em mudar de emprego quando buscam algo que não encontram nos lugares em que atuam como, por exemplo, melhores oportunidades de carreira e benefícios, maior segurança, flexibilidade no trabalho com os modelos home office ou híbrido, entre outras questões, o que traz novos desafios aos empregadores”, analisa Caio Cruzeiro, consultor da Ynner Developing People, empresa que atua no desenvolvimento de treinamentos corporativos.

Para lidar com esse desafio, uma das recomendações do executivo é conhecer e criar ambientes para que os novos tipos de desenvolvimento de carreira sejam explorados. “Há um mix geracional de colaboradores, baby boomers e gerações X, Y e Z em atuação, e as empresas precisam entender isso para ter sucesso. Levando em consideração as mudanças no conceito de emprego, é importante que elas também busquem compreender a forma como a geração Z tem lidado com o mercado de trabalho e quais as suas projeções. Aquelas que não conseguirem, ficarão para trás”, destaca.

Novos tipos de carreiras

Carreira em linha

Conhecida por ser a trajetória profissional mais tradicional. O processo é construído pelo nível de experiência, do júnior ao especialista, conforme o tempo de atuação na mesma área. “Acontece quando uma pessoa inicia como estagiária de qualidade e se torna uma especialista de qualidade, por exemplo. Ela pode mudar de empresa algumas vezes, mas tende a ter uma carreira mais estável e se mantém mais tempo nos cargos”, conta Cruzeiro.

Carreira paralela

Processo em que o profissional escolhe mudar de área. O especialista afirma que “o movimento tem se tornando cada vez mais comum e ocorre quando as pessoas tomam a decisão de sair da área de atuação e, em alguns casos, precisam lidar com o RH e a liderança para justificar a escolha”.

Carreira em Y

Ocorre quando um especialista se torna um líder da área em que atua ou de outra. A ponta esquerda do “Y” representa a carreira em linha e a ponta direita, a carreira de liderança.

Carreira em W

É a que apresenta mais variação. Além do especialista e do líder, a “W” também comporta a posição de liderança por influência. “Cada profissional pode ter uma equipe direta e pequena e o papel principal é liderar, por influência, outras pessoas na organização. Quem se encontra nesse tipo de carreira pode, inclusive, ter uma posição alta na hierarquia da organização, mesmo sem ter um time de profissionais reportando diretamente a ela”, explica o consultor.

Carreira em rede

Já é realidade em grandes organizações e acontece quando o profissional passa por diferentes áreas. Trata-se de uma pessoa que passa, por exemplo, por marketing, vendas, estratégia e até RH durante sua carreira e se torna um executivo de sucesso.