Transação atômica, por meio de contratos inteligentes, será possível via Drex

Com a nova moeda digital brasileira, será possível tokenizar bens comuns, como uma casa ou um carro 

Operação de compra e venda, por meio do Drex, será via smart contracts e deve eliminar intermediários 

O Drex, projeto do Banco Central para tornar o real digital, permanece na segunda fase sob testes por um grupo de instituições que têm a nova incumbência de testar casos de negócios que já não englobam somente títulos públicos, como o primeiro grupo da primeira fase testou, mas sim, de um arcabouço tão amplo que abrange a tokenização de ativos reais, exemplificados como um bem – um imóvel, um veículo exclusivo (de altíssimo luxo). Com seu potencial lançamento projetado para 2025, no mês de junho, o BC deve trazer mais informações sobre a evolução da moeda digital e a etapa de testes que estão em curso com essas organizações. 

“A proporção do nosso Drex, que falávamos em um passado recente, já não é igual. Não será somente para títulos públicos, ou títulos em geral e valores mobiliários, mas sim, estamos indo para um outro caminho, para que seja uma plataforma democrática do ponto de vista de não selecionar ativo, para que seja possível um registro tokenizado de algo”, diz Samara Rodrigues de Lima, gerente de produtos digitais da Topaz, uma das maiores empresas de tecnologia especializada em soluções financeiras digitais do mundo.  

Para a especialista, é um caminho bastante interessante, pois, além de servir como uma opção para pagamentos e recebimentos, o Drex também deve abrir possibilidades para operações com o uso da tokenização de ativos. “O Drex será tokenizado, ou seja, representado por tokens digitais que serão registrados em uma infraestrutura de tecnologia de registro distribuído, similar ao blockchain. Mas, o que pode ser tokenizado?” 

Samara explica que o ativo pode ser algo físico a ser tokenizado, como uma casa, por exemplo. “Quando eu tokenizo uma casa, eu preciso manter todas as regras de registro, ou seja, o fato de eu tokenizar não pode implicar nas regras naturais de registro de um imóvel, ou de uma tratativa de compra e venda”, avalia Samara, da Topaz. O contrato inteligente vai representar uma segurança nessa transação. “Ele é um mecanismo tecnológico para executar um contrato que foi feito de âmbito com validade jurídica entre as partes”. 

A Topaz é uma companhia que faz todo o controle de backoffice de uma série de ativos que são diariamente negociados no mercado financeiro. “As nossas soluções estão preparadas por meio de APIs para se comunicar com as tokenizadoras que estão surgindo no nosso mercado. Para quem já quer ir adiante com alguma solução ou ser inovador no seu mercado e já conta com as nossas soluções de backoffice, só precisa fazer uso desse arcabouço tecnológico de APIs que já estão disponíveis”, adiciona Samara. 

 

Tokenização de um ativo real 

Com a característica de ser digital, Flávio Gaspar, CPO da Topaz, avalia que a nova moeda vai garantir que pequenos tokens possam representar grandes ativos. “Quando olhamos para o mercado financeiro, de investimento e de aquisição de bens, como uma casa um carro, ou um título do tesouro direto, existe um processo de transmissão da propriedade (posse), e a liquidação desse bem. São duas transações. Por exemplo, na compra de um carro: a posse (no cartório) e a transferência do dinheiro (com o banco). Através de um modelo digital de moeda tokenizada, o Drex vai permitir que essa transação seja atômica, em uma única transferência, por meio dos contratos inteligentes que serão registrados na plataforma do Drex”, explica Gaspar, ressaltando que, na prática, a compra será via contrato inteligente, que vai ficar registrado na plataforma blockchain do Drex e o token ficará dentro dos canais existentes.  

“Nesse modelo de transformação da economia, com a eliminação de intermediários, o registro digital vai continuar existindo. Será uma nova forma de comprar título, que envolve tecnologias, condicionando o pagamento à posse, o que traz uma segurança por meio das transações”, adiciona Flavio Gaspar. 

Para Samara, existem passos tecnológicos a cumprir e todos os agentes envolvidos nas transações do Drex precisam estar em conformidade para atender aos contratos inteligentes para que essa transação seja atômica. “Um exemplo é o cartório, que precisa ser digitalizado, para todo esse ecossistema tecnológico funcionar em conformidade com as exigências regulatórias”. 

A Topaz está trabalhando fortemente na construção da infraestrutura do novo produto do Banco Central e seu core bancário vai passar por uma revolução para suportar essas operações. “Estamos usando nosso know how de mensageria para implementar uma infraestrutura tecnológica que vai nos permitir ser um provedor de plataforma do Drex”, conclui Gaspar, da Topaz. 

 

Sobre a Topaz 

Com mais de três décadas de experiência, a Topaz é uma das maiores empresas de tecnologia especializada em soluções financeiras digitais, destacando-se como líder no mercado brasileiro e latino-americano. Como parte do Grupo Stefanini, atua em mais de 25 países com mais de 300 clientes de diversos portes e segmentos, sendo pioneira em oferecer uma plataforma Full Banking com o melhor time to market do mercado em um ecossistema completo de soluções integradas, seguras e de alta disponibilidade como core bancário completo e core para microfinanceiras, prevenção e combate à fraude, canais físicos e digitais, AML/FTP e compliance, pagamentos instantâneos, regulatórios, investimentos e customer engagement para bancos e instituições financeiras em geral, impactando mais de 550 milhões clientes finais todos os dias. A Topaz posiciona-se como referência em tecnologia para negócios digitais e é reconhecida pelo Gartner®, FORRESTER® e Celent®.